quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ESTAMOS NOS PREPARANDO PARA O FUNERAL DO PROTOCOLO LEONISTICO?




A literatura ensina que o protocolo é irmão da etiqueta e da educação, filho do bom senso e das boas maneiras. Na teoria isto é lindo, muito lindo! Só que, na prática, alguns membros da família leonística estão tratando estes nossos parentes de forma deselegante; e, em alguns casos, até mesmo vexatoriamente. E a constatação desse fato depõe contra a excelência que deve envolver e nortear nossas atividades.

Alguns atos que tenho observado, nos últimos tempos, chegam às raias do absurdo. Principalmente, levando-se em conta que agressões inadmissíveis contra o protocolo leonístico têm sido praticadas por Leões que está a longos anos no movimento. E estes, pelo menos, têm por obrigação conhecer um mínimo que seja das regras que devem conduzir nossas solenidades. Ou, se não conhecem, devem perguntar e pesquisar. Isto não é desdouro para quem quer que seja, já que ninguém sabe conhecendo.

Que absurdos são estes? Exemplificando, e para não saturar a paciência de ninguém, vou comentar três situações constatadas:



1) - Por mais que o assunto tenha sido discutido e martelado, ainda são cometidos erros lamentáveis quanto ao posicionamento das bandeiras nos respectivos mastros ou suportes. Cada clube tem, em seus arquivos, instrução sobre a ordem de colocação das bandeiras, basta apenas consultar. Participei de uma importante solenidade distrital. As bandeiras colocadas nos mastros para hasteamento não obedeciam à ordem protocolar. E, pasmem, nesta solenidade convidaram um importante dirigente leonístico, que por sinal foi o orador oficial do evento, para hastear uma bandeira que estava no lugar errado. Prefiro acreditar que o rubor que se apossou do seu rosto foi originado pelo sol que no momento brilhava sobre o local.

2) - Formação de mesa dirigente tem sido outro ponto de desacato ao protocolo leonístico. Especialmente em solenidades de clubes. O puxa-saquismo natural para com as pessoas da comunidade, que evidentemente merecem as honrarias, só que nos lugares que lhes competem, foi por mim observado em inúmeras oportunidades. Ora são vereadores ou “representantes” do prefeito que são declinados em detrimento a Ex-Governadores presentes; outras vezes presidentes de Rotarys ou Lojas Maçônicas são convidados antes de dirigentes leonísticos graduados; até mesmo prefeitos são chamados antes de Ex-Governador imediato ou Vices Governadores do Distrito. E assim a barca vai, cada vez mais desgovernada, simplesmente por falta de que a conduza com zelo e competência.

3) - E o Mestre de Cerimônias? Em alguns clubes a atuação chega a ser lamentável. Menos por culpa dos companheiros convocados para as funções, sem conhecê-las, mas por culpa exclusiva dos Presidentes e Diretores Sociais, aos quais cabe a definição do protocolo e a orientação de todos que estejam envolvidos na programação. Existe Mestre de Cerimônia que pega o microfone no inicio da festiva e larga somente no fim, cometendo, inclusive, o sacrilégio de conceder ou anunciar palavra de dirigentes. Tem outro que gosta de imitar apresentador de telejornal, comentando toda noticia que divulga. Há também aquele que gosta de fazer introduções sobre as qualidades pessoais de companheiros, quando nas das suas próprias, relatando que fez isto ou aquilo. Se não bastasse, antes de devolver o colar faz uma longa peroração, cheia de citações e salamaleques, para agradecer penhoradamente o privilegio de ter sido designado para as funções. Não há.... tempo que não estoure. O Mestre de Cerimônia é peça importante numa assembléia, pois a ele cabe uma parte da direção dos trabalhos. Mas, ele deve conhecer as regras e saber aplicá-las, pois é somente executor de um ritual, nada mais que isso.

Existem culpados pela degringolada que está havendo no desprezo e desrespeito ao protocolo leonístico? Claro que sim. Somos todos culpados! Eu, você, Presidentes de Clubes, de Divisões e Regiões, Assessores, Ex-Governador e o próprio Governador do Distrito. Cada um deve atuar no limite da respectiva competência para tentar salvar um dos mais lindos procedimentos leonísticos que é o seu protocolo.

Senão? Bem, senão vamos nos preparar para o funeral do protocolo leonístico.

Mas, por gentileza, que nas exéquias, como despedida final, sejam utilizadas flores roxas e douradas para simbolizar as cores oficiais do Lions, cuja observância será, de certa forma, um meio de nos lembrarmos do Protocolo Leonístico.



CL PDG ANTONIO DOMINGOS ANDRIANI

LC Ribeirão Preto-Jardim Paulista.



\(Obs.: Revendo meus arquivos – um dos prazeres de quem está com idade avançada – encontrei o artigo acima, que divulguei há algum tempo. O assunto, nos dias de hoje, permanece mais atual do que nunca. Avaliei que o mesmo poderia pertencer à série do “vale a pena ler de novo”. Estou, por isso, reeditando-o e tomando a liberdade de enviá-lo para alguns Companheiros, Companheiras e Domadoras que por ele possam se interessar. Se pelo menos algum deles tirar proveito deste meu ponto de vista, já estarei plenamente recompensado.)

Ribeirão Preto, novembro de 2010

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