“ PERDA, RETENÇÃO E AUMENTO “
Desde quando
ingressei no leonismo, e lá se vão quase 40 anos, um dos assuntos que sempre é
abordado, seja em Instruções Leonísticas, seja em reuniões, em palestras de
dirigentes e até mesmo em conversas informais entre CCLL, é o de como se
conseguir novo associado, de retenção de associado, de como evitar baixas e
evasões.
O assunto é realmente interessante e deve ser
abordado e discutido com propriedade, isenção, imparcialidade e realidade. Se
fizermos uma pesquisa, vamos ver, pelo menos no período em que estou no LIONS,
que temos ingressos, que temos baixas, que temos afastamento e por ai afora.
Isto é normal em qualquer entidade e ainda mais hoje, quando a nossa realidade
é outra se comparada com tempos anteriores. Equiparado com ingresso esta baixa
e renovação é coisa da vida. É consequência natural.
No entanto,
quando abordamos este tema, especialmente o de baixa de associados, temos que
pensar com racionalidade e analisar tudo que pode acontecer para isso. Não
podemos apenas analisar o que leva um associado a sair de um Lions Clube, pondo
culpa nas diretorias, nos associados e companheiras (domadoras), como se a culpa
fosse exclusivamente deles.
Já ouvimos e
lemos muito a respeito, e em muitos casos, realmente o motivo de baixa de um
associado, é ligada à falha do próprio clube. Que não se dá a atenção especial
ao novo associado, quando passa o “glamour” de uma posse solene; que não se dá
liberdade para que ele possa expor novas ideias, que não se dá cargo ou encargo,
que .... , que .... e tantos outros ques....
Por mais razão
que aqueles que assim pensam possam ter, e não podemos de maneira alguma
generalizar, é preciso ter o discernimento necessário para ver e sentir o que
levou um determinado companheiro a deixar o movimento.
De uma maneira
geral, quase tudo que ouvimos e lemos, é que a culpa é do Presidente, da
diretoria, dos associados, das domadoras, enfim que a culpa é do LIONS. Será
que é ?? Será que o associado
“desiludido” com o leonismo não tem culpa nenhuma ?? Será que ele assimilou o
que ser LEÃO, o que é ser COMPANHEIRO, o que é ter COMPROMETIMENTO, o que é
lutar pelo NÓS SERVIMOS através do serviço desinteressado ??
Então, voltemos
ao início. Ao se fazer um convite oficial para o ingresso no leonismo, temos
que ter o devido cuidado de fazer uma análise do candidato. Não basta ele ser
amigo do apresentante, vizinho, parente, colega de trabalho, correligionário e
conceituado na comunidade e outros requisitos básicos necessários para que uma
pessoa possa ser considerada apta para o LEONISMO. Temos que sentir no candidato a propensão à
participação na vida comunitária, na isenção pessoal, se realmente sentimos que
ele poderá viver o CÓDIGO DE ÉTICA DO LEÃO, respeitar os PROPÓSITOS DOS LIONS
CLUBES e ter o devido comprometimento com a DECLARAÇÃO DE MISSÃO DO LIONS. Se tem também condições financeiras para arcar
com as taxas internacional, distrital, mutua, mensalidade do clube. Temos que
sentir no candidato se ele irá realmente entender e viver tudo isso que o NÓS
SERVIMOS e o SERVIÇO DESINTERESSADO aliados ao que o COMPANHEIRISMO nos propõe.
Tem que entender que estará assumindo deveres e não só direitos. Deveres que
inclui, além desta parte financeira, de parte de seu tempo em prol do leonismo,
também com sua própria consciência para mostrar que é digno de pertencer a tão
nobre instituição, e que sabe respeita-la bem como aos seus futuros
companheiros. E não apenas que está ingressando para agradar
o seu apresentante, o seu amigo ou parente, ou pensando em “interesses
pessoais, políticos, comerciais etc....” e depois percebe outra realidade, mais
pura e idealista.
Por que se não
for feita essa análise antes do convite oficial, e convidarmos simplesmente
porque faz parte do nosso convívio social, familiar ou até político, a culpa da
saída deste companheiro não será exclusivamente do LIONS. A culpa pela saída
poderá ser dele mesmo que não conseguiu ver o que se lhe oferecia. A culpa pode
ser de algum companheiro que omite alguma informação a respeito do candidato por
medo de ser expor e fica naquele tradicional “deixa como está para ver como
fica”. Ou então, aceita a indicação, mesmo sendo contrário por razões
justificadas e coerentes, para que o clube “aumente o seu número associativo,
que é sempre a meta do Governadoria e dos presidentes, de um modo em geral.
Como vemos, sempre um “motivo pessoal” pode ser a culpa da evasão.....
Aqui temos que praticar a amizade como um fim,
temos que valorizar o companheirismo, temos que respeitar opiniões, ter que
saber analisar com isenção, com imparcialidade, temos que trabalhar
desinteressadamente, temos que saber aceitar quando nossa opinião, sobre
determinados assuntos ou campanhas, não é a da maioria, e remar juntos pelo bem
e interesse comum, e nunca pessoal. Entender que somos uma peça de uma
engrenagem que só funcionará bem se todos remarem voltados para uma mesma
direção. Entender a importância de fazermos amigos nos clubes vizinhos, no
staff de nossa Governadoria, nos clubes de outros distritos, no Lions
Internacional, que além de completar a nossa necessidade de convivência, muitas
vezes nos oferecem exemplos de vida, de dedicação, de valorização do ser
humano, e fazer destes novos relacionamentos, uma extensão de nosso próprio
clube e de nossa família. Isto sim, é aceitar LIONS. É respeitar LIONS. É
considerar COMPANHEIROS.
COMPANHEIROS,
LIONS é um ideal de vida. É uma convivência fraterna voltada para que possamos,
como ser humano e integrante de um grupo, darmos exemplos de fraternidade, de
solidariedade, de amizade, de aceitação, de comprometimento, de renúncia até,
de respeito e de agradecimento. Agradecimento sim. Agradecer o que podemos
receber do leonismo se vivermos e praticar estes postulados com intensidade,
imparcialidade, com a visão do coletivo e nunca do pessoal. Ai, sim, seremos
LEÕES.
Fica aqui este
pedido de reflexão, com isenção e respeito. Não vamos culpar apenas o “LIONS”
pelas eventuais baixas. Vamos olhar o
LIONS com os olhos verdadeiros da imparcialidade, da isenção de ânimos, do
interesse próprio ou coisas do gênero que não podem ocupar espaço no leonismo.
Aqui temos que ser uma FAMILIA e como tal, saber ver e entender os problemas,
os “defeitos”, as limitações do nossos companheiros, e ser AMIGOS até acima de
COMPANHEIROS, se este for apenas um adjetivo e nada mais.
Não
quero e nem tenho a mínima pretensão de ser o “dono da verdade”, mas apenas
procuro, como sempre procurei, mesmo se muitas vezes não consigo alcançar,
olhar, ver e analisar com mais profundidade e clareza, mas fazendo e agindo
sempre com esta isenção, tudo aquilo que envolve a convivência de quem procura
ser um LEÃO autentico e comprometimento com aqueles ideais que um dia prometi
cumprir e viver. Procurando ser acima de acima um COMPANHEIRO LEÃO, um AMIGO,
um ombro amigo, um agregador, um conciliador, um imparcial, tudo aquilo que
MELVIN JONES nos legou com sua clarividência, com sua sabedoria. Mesmo com
todas nossas imperfeições e limitações. Afinal, se o ideal LEONISTICO não fosse
realmente um verdadeiro ideal de vida, não fosse uma porta aberta para a
prestação de serviço, um lenitivo para as nossas incompreensões, uma
oportunidade para formarmos uma segunda família, não teria sobrevivido ao longo
destes 100 anos que irá se completar em 2017.
Pensemos nisso
para o bem do LIONS e abracemos o verdadeiro leonismo.
CLMJP ANTONIO
DOUGLAS ZAPOLLA
Fundador LC
Brodowski
08 de outubro de
2.015